Projeto Educacional Popular Machado de Assis
O Projeto Educacional Popular Machado de Assis utiliza-se das dependências do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) na Unicamp, iniciou-se com o nome Cursinho Popular Machado de Assis – CPMA – e sofreu alterações vigentes a partir de 2007, as quais são o resultado de três anos de discussões que culminaram com a reestruturação do projeto.
É destinado a educandos de baixa renda, logo isento de mensalidade, e a organização é promovida por estudantes de graduação, graduados e pós-graduandos dos diversos institutos da Unicamp. Para promover uma educação popular, tendo como princípio as idéias de Paulo Freire, é proposto um diferencial em relação aos cursinhos pré-vestibulares pela própria filosofia do grupo, que é efetivada por meio de diversas atividades que promovem a formação de alunos críticos com relação ao mundo em que vivem.
OBJETIVOS
Tendo em vista que toda ação pedagógica é também uma ação política, nossos objetivos primeiros são:
1. Ser um movimento social que busca a transformação da sociedade através de uma educação popular libertadora, criando, para educandos e educadores, um ambiente propício para:
a) A intervenção política e coletiva no meio em que estão inseridos, através de práticas socialmente transformadoras e
b) A integração cultural, visando uma formação humanística plena.
2. Atuar com os educandos buscando o seu acesso às universidades públicas através:
a) Da discussão do significado deste ensino na sociedade brasileira;
b) Da crítica ao modelo de ensino universitário, a começar pelos seus critérios de seleção, incluindo suas práticas formativas.
c) Do estudo de conteúdos abordados no Ensino Médio.
3. Da discussão sobre educação popular, bem como de assuntos correlacionados, e a produção de conhecimentos sobre o tema.
4. De uma postura crítica frente às chamadas verdades científicas, desmistificando-as.
5. Da busca pelo reconhecimento dos projetos de extensão universitária, como o Projeto Educacional Popular Machado de Assis, no conjunto das práticas de extensão da Unicamp invertendo a correlação atual de prioridades, que foca principalmente na extensão paga.
6. Da construção de uma articulação com outros movimentos sociais, principalmente na área de educação popular. Inclui-se também a articulação de um Coletivo de Estudos sobre Educação Popular, que visa, juntamente com outros projetos populares e pesquisadores, estruturar de maneira mais sólida os fundamentos deste tipo de trabalho e produzir novos conhecimentos na área.
Nossa preocupação, em relação ao educando, está além de só possibilitar o ingresso nas universidades públicas mediante aprovação no vestibular, mas também na formação de indivíduos capazes de participar dos debates relevantes à transformação da realidade social.
METODOLOGIA
Do processo de seleção
Consiste em uma divulgação da proposta do projeto, através de panfletos e cartazes, convidando para uma conversa na qual será delineada a perspectiva educacional de sua atuação. O passo seguinte é o preenchimento das fichas de inscrição para a seleção a partir do critério sócio-econômico; os aprovados nesta fase participarão de um sorteio para preencher o número de vagas existentes no projeto.
Do Funcionamento
Para uma melhor estruturação e uma divisão das tarefas mais eficiente entre os membros do Projeto, o PEPMA é organizado através de frentes de trabalho com reuniões periódicas: Organização, Eventos, Extensão, Simulados, Processo de Seleção e Biblioteca. Além das reuniões das frentes, há reuniões ordinárias e gerais, bem como reuniões semanais e mensais para a organização das aulas.
Das Práticas Pedagógicas
O tempo de duração é de 1 ano e meio. As aulas não são divididas em áreas (Física, História, etc), mas em módulos temáticos que que reconstroem a base epistemológica comum destes conhecimentos sobre a realidade. Essa formação diferenciada propicia que os educandos se tornem mais autônomos na busca do conhecimento, portanto menos passivos no processo ensino-aprendizagem.