Em São Paulo, há 250 cursinhos populares
Só na cidade de São Paulo, são cerca de 250 iniciativas de cursinhos comunitários voltados para estudantes carentes. A estimativa é de Frei David, da Educafro -entidade que mantém 184 núcleos com pré-vestibulares, com até 300 alunos em cada um.
"Mas a função central dos cursinhos comunitários é a de levantar a auto-estima dos candidatos e fazer a briga da mudança do vestibular", afirma. Em sua opinião, o conteúdo cobrado é muito distante da realidade do aluno que estudou em escola pública.
David aponta que, para os cursos mais concorridos da USP, como medicina ou direito, a Educafro ainda não conseguiu aprovar seus vestibulandos.
"O cursinho comunitário tenta fazer milagre, porque o aluno sem recursos tem, em média, dez horas por semana para estudar. Um tempo muito menor do que o aluno de um cursinho particular", aponta David. Ainda assim, muitos jovens, segundo ele, têm ingressado na universidade a partir das iniciativas comunitárias.
Além das iniciativas das comunidades, é possível ingressar em cursinhos oferecidos dentro das universidades. A Unesp, por exemplo, manteve no ano passado 2.365 vagas em diferentes campi para estudantes sem recursos.
A USP também tem, no campus Butantã, cursinhos, como o que é oferecido na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade.